Ser Mãe é ter um (ou dois ou três!) corações que batem fora do nosso peito.
Mas não podemos esquecer o nosso - aquele que bate dentro de nós desde que nós existimos.
E esse meu sofreu um grande susto quando te magoaste!
Não me lembro de ter tido tanto medo.
Não me lembro de me ter sentido tão perdida.
Não me lembro de ter pensado tanto em tão pouco tempo!
Tu percebeste o que se passou - eu sei que sim!
E quando da tua boca ouvi "Eu podia ter morrido, Mamã!" senti que não ia conseguir disfarçar mais o meu pânico - aquele que eu estava a esconder para te acalmar e que tencionava materializar quando adormecesses. Mas segurei-me e aproveitei para te explicar que os pais e as mães quando avisam e ralham apenas têm em mente que os miúdos não se magoem; não sofram!
Que palavras tão pesadas saíram da tua boquinha pequena e doce!
Que ideia tão grave saiu da tua cabeça!
Graças a Deus, já passou!
Graças a Deus e ao teu Anjo da Guarda, correu tudo bem!
...mas ainda tenho a imagem gravada na minha cabeça!
E ainda tenho a sensação de aflição cravada no meu peito!
E... não sei se a vou conseguir eliminar assim tão depressa como eu tinha pensado.
Consola-me ver-te bem, descansa-me ver-te brincar com o teu irmão (que ficou tão aflito quanto eu e só gritava por ti!) e sossega-me ver-te bem!
Mas... assustaste-me, miúdo!
Não gostei - vamos evitar isso, sim?
Um beijo da tua Mãe que te adora: hoje mais do que ontem, mas menos que amanhã!
