terça-feira, 9 de março de 2010

Ai estes meus filhos!

F
No outro dia, em jeito de desabafo, proferi umas palavrinhas que não deveria ter dito, dado que estava à frente dos meus filhos.
Mas depressa fui castigada!
O dia não estava a ser fácil depois de uma noite longa e de uma semana extenuante. Portanto, quando disse "tudo me acontece" não estava a ser pessimista, apenas estava a desabafar. Coisas de adulto!
Mas alguém ouviu e decidiu castigar-me: "Mamã, tiveste água e lama a entrar pela casa dentro? Estiveste metida em terra durante uma hora e meia até que te salvassem? A imagem da Nossa Senhora foi a única coisa que se salvou perto de ti? Não, pois não? Então pensa nas pessoas da Madeira e nunca mais digas esse disparate!"
Sim, eu sei que ele teve razão, mas que reajo como?! Como lhe dou razão, sem perder a minha autoridade?!
Optei pela sinceridade que é uma boa técnica nestes casos: "Tens razão, mas isso são modos de falar com a tua Mãe?"
Obviamente, o canhão ainda estava carregado: "Não, não são, mas assim NUNCA mais te esqueces de não repetir isso."
Nas palavras do imortal jornalista: E esta, hein?!
(Aproveito para deixar uma palavra solidária para com as gentes da Madeira que em breve voltará a dançar o seu bailinho, apenas tendo este último episódio como uma recordação. Temos todos contribuido para a vossa recuperaçõa, portanto. FORÇA!)

E
Apanhei-te em flagrante delito: estavas sossegado há imenso tempo. Pouco barulho se ouvia. Por isso, o meu radar de Mãe disparou: coisa boa não podias estar a fazer.
Sorrateiramente cheguei-me a ti, mas sem que me visses.
E eis que o espectáculo se desenrolou perante o meu olhar estarrecido: conseguiste arrastar a tua cadeirinha até chegares a um móvel (como?!?!) e abriste a porta (como?!).
Uma vez esse entrave vencido, só tinhas de escolher por onde começar a tirar todo o conteúdo do armário cá para fora. Felizmente fizeste a opção certa e começaste por uns elementos que te não magoariam.
Mas quando ias avançar para algo mais sério, eu faço a minha presença notar-se e tu olhas para mim em sobressalto.
Hesitas: choro ou não choro?!
Optas por não chorar e lanças-me o teu charme. Fazes uma carinha marota com esses teus olhos enormes a dizerem-me "UPS! Apanhste-me!".
Ralho contigo de forma tranquila - até porque receio sempre que me não entendas. "Atrevido! Isso não se faz!"
Mas tu sabes e olhas para mim e fazes o som típico das Mães que não querem que os filhos façam algo:"Aaaaah!".
Só não percebi se o teu "Aaaaah!" foi para me mostrares que me entendeste ou se foi para comigo ralhar - é que, aqui para nós, pareceste-me mais incomodado com o facto de te ter interrompido do que propriamente com o raspanete.
Vida de Mãe é dura!

2 comentários:

  1. Quem manda ter um filho inteligente, com consciência moral bem consolidada e um pouco pró espigadote (no sentido de contrário a "songa monga"...)?

    P.S.: peço desculpa pelo emprego de palavras e expressões um pouco... popularuchas... :)

    Bjinhos da vizinha

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  2. Não sei quem manda, mas há momentos em que acho que é ele!
    Só espero é que esse espírito espigadote não lhe corra mal na fase que aí vem.
    A ver vamos.
    : S

    Beijinhos da vizinha!

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