domingo, 17 de janeiro de 2010

Mil perdões, meus queridos!


Queria pedir-vos desculpa formalmente.
A Mãe anda tão cansada que deixou cair o telemóvel numa das sanitas de nossa casa. Descansem: só lá estava água e detergente. Mas a verdade é que os reflexos não foram suficientemente rápidos para o salvar de um molhado e trágico destino.
Claro que agora o castigo é tremendo: pedir o número de contacto a toda a gente (sim, a informação estava toda guardada no telemóvel e não no cartão) e tentar encaixar na agenda uma ida à loja de assistência para ver se há uma leve esperança de recuperação.
Mas o mais doloroso não é isso: são os registos daqueles vossos momentos especiais que se perderam, porque ainda não os tinha passado para o computador.
Vivemos numa época tão tecnológica que ao mínimo percalço perdemos tudo e ficamos logo todos atrapalhados e sem referências. É tremenda esta dependência dos aparelhómetros. E no vosso tempo de adultos deverá ser ainda maior, não? Pois olhem, eu ainda sou de tempo em que se vivia sem telemóvel, sem correio electrónico e sem consolas – e vivíamos felizes e contentes, sabem? Não, não sabem, nem vão saber nunca. A vossa geração já nasce a perceber mais de comandos e de iPhones e afins do que nós que nos temos tido de actualizar para vos acompanhar. Tudo com vantagens; mas também com algumas desvantagens – ou não fosse esse o ‘preço do progresso’.
Bom, mas voltando que realmente importa: felizmente as questões mais mundanas não me preocupam; mas o ter perdido as fotografias e os vídeos que tinha de vocês os dois a brincarem, um a cantar, outro a palrar, as gargalhadas de ambos, a música de Natal cantada há dois anos, a primeira colherada de papa … esses momentos perdidos no fundo de uma sanita. De uma sanita limpíssima, mas uma sanita mesmo assim!
Peço-vos que me desculpem. Sei bem que não compreendem a tristeza que este incidente criou em mim. E que em boa verdade, não deveria ter criado, já que tenho os originais comigo diariamente. Mas são registos que, penso, um dia vocês vão gostar de partilhar e de ver. E alguns desses foram perdidos num mar de água com cheiro a desinfectante.
Que pena! : (
Mas agora, não há nada a fazer, certo? Agora resolva-se a questão mecânica do aparelho (que, por acaso, é o meu telemóvel favorito, e olhem que a Mãe já teve alguns!) e avance-se. Certo? Até porque vocês ainda têm de me dar inúmeros motivos para vos filmar e/ou fotografar, não é? A tristeza é que já ninguém ma tira, mas a lição ficou aprendida e não torna a acontecer. Prometo!

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